MULHERES, UM NOVO OLHAR!

JUNHO/2015 – Joel Fernandes é Médium e Filósofo

     Já passamos e gastamos tempos enormes falando sobre o tema “mulheres”, todavia, como ele parece nem ser inesgotável e nem inestancável, por isso criamos espaços novos para a sua continuidade. 
      Lindas, admiráveis, doces, determinadas, amorosas, amigas, e companheiras, elas possuem, ao revés, aspectos viris de trabalho, resiliência, coragem e, virtude surpreendente, a fé.  “Mulheres são esperançosas”, cantaram autores famosos, e a sua história remonta, biblicamente falando, a Adão, quando, recordemo-nos, Iahweh “motivou-Se”, em Gn 2:18, a tal gesto, após julgar “Não ser bom que o homem estivesse só. Vou fazer uma serviçal que lhe corresponda” – expressão bastante inadequada por materializar o Criador –. Em Gn 2:22,“modelou-a” – novamente o Deus material-humano – até que, em Gn 3:20, Adão nomeou-a“Eva”
     Na Bíblia, verificamos, e lamentavelmente, jamais haverem passado da condição “servil”, situação recorrente no judaísmo do mundo ocidental hodierno e, a julgar por suas seguidoras, bastante humilhante. Mas, como tudo naquele “livro santo” é confuso por construção, eis que surgiu Caim, o primeiro assassino da humanidade, o qual se retirou para as terras de Nod e conheceu, lá, sua mulher, aliás uma existência muito paradoxal, pois ela era filha de quem? 
Com pouquíssimo esforço conseguimos enxergar o problema no “livro da Palavra” que, sendo d’“Ele”, então dispensaria, por impossível, a mínima incorreção; porém há, e a mulher de Caim, dentre muitíssimos outros erros, mostrou-nos novas interpretações discordantes: vide as bíblias de Jerusalém e a Sagrada (católicas), tanto quanto a do Novo Comentário da Bíblia, e a Apologética (protestantes), todas considerando ser inegável que a mulher não fosse um “ser inferior”. Mas, hoje, felizmente, já não é mais nem tanto assim, pois, se o homem é mais forte fisicamente, ela, por sua vez, supera-o nas partes morais e afetivamente, noutra estranheza haurida da prática da vida presente. 
     A Bíblia tornou óbvio que homem e mulher não são entes “naturais”, porquanto Eva possui natureza diferente por haver nascido duma “costela transformada em carne”, isso caso fôssemos crer em Gn 2:21, numa afirmação afrontosa à razão saudável, apesar das coisas religiosas continuarem a ser apresentadas assim. 
     E esse mesmo pensamento foi encontrado em Lv 12:2-5, “Se uma mulher conceber e der à luz um menino, ficará impura, como por ocasião da impureza das suas regras… e, durante trinta e três dias, ela ficará ainda purificando-se do seu sangue… Se der à luz uma menina, ficará impura durante duas semanas, como durante as suas regras, e ficará mais sessenta e seis dias purificando-se do seu sangue”
     Com Jesus-Cristo tal visão do mau acolhimento da mulher seria modificada por incluí-la, mesmo sendo judeu, por igual valorização, no grupo dos seus servidores e seguidores, segundo Lc 8:1-3: “Os Doze o acompanhavam, assim como algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual haviam saído sete demônios, Joana, mulher de Cuza, o Procurador de Herodes, Susana e várias outras que o serviam com seus bens”. Mas Pedro demonstraria imaturidade ao escrever, em 1 Pe 3:7: “…: e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, …”
Paulo de Tarso seguiu-o em 1 Tm 2:11-14: “Durante a instrução a mulher conserve o silêncio, com toda submissão. Eu não permito que a mulher ensine ou domine o homem. Que ela conserve, pois, o silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E não foi Adão que foi seduzido, mas a mulher que, seduzida, caiu em transgressão”. Palavras duras. 
     Para o Espiritismo somos todos irmãos, sem exceção, inobstante sermos semelhantes por desigualdades funcionais, pois a doutrina das reencarnações trouxe-nos, dentre incontáveis conhecimentos novos, mais este novo olhar, o de “havermos sido criados iguais, qual seja, simples e ignorantes”, restabelecendo desse modo a dignidade da mulher ser mulher ao pô-la em pé de igualdade entre os homens, isto é, dotando-a de aptidões indistintas. 
Deus é bom e justo, certamente, inspirando-nos suprir a falta da educação moral no mundo. Logo, se não deseja o mal para si, por não ser natural, faça ao próximo tudo quanto gostaria que ele lhe fizesse. 

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