DIGA LÁ, MEU IRMÃO!!

JANEIRO/2015 – Joel Fernandes é Médium e Filósofo

           Essa expressão popular, amistosa e tão gostosa de ser repetida quanto de ser ouvida, acabou por entrar para o dito popular como um provérbio-saudação de boas vindas. Não é minha, infelizmente, mas do nosso compositor, o saudoso “Gonzaguinha” (1.945-1.991). Nela o genial poeta musical “pop” não se cansou em tanto exaltar a vida, esta “coisa”, das poucas, aliás, das quais falamos sem sabermos exatamente o de quê estamos falando ou pensando. Certamente, em suas elucubrações filosóficas, foi tocado em seu intelecto, daí haver se perguntado: “o que é a vida?”. E especulando, como todo filósofo que somos, passou a criar e a distribuir suas hipóteses: “é a batida de um coração ou é uma doce ilusão?”. Oh! Quem poderia não sensibilizar as cordas mais delicadas de sua alma ao ouvi-la? A vida se encerra aqui ou, transcendendo o vivente, reapresentar-se-á no Além? 

         Para os materialistas, niilistas, ceticistas, preconceituosos, dogmáticos, e de má-fé, todos de plantão, a vida é finalística, desaparecendo pela morte ao cessar suas funções organizadas. E não haveria nada errado em se pensar assim, pois, afinal, qual consolo real e definitivo já recebemos da filosofia, da ciência, e da religião? Nenhum, até agora! E estamos falando sobre nós mesmos, das nossas vidas! Mas, infelizmente, se há milênios ainda nos encontrávamos sem respostas positivas e reveladores das incompetências daquelas três áreas do saber humano, então, finalmente, 19 séculos d.C., em 18 de abril de 1.857, passamos a tê-las quando os Espíritos, por ordem divina – segundo o Prefácio do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – nos falaram ou, como afirmou o instigante médico e escritor policial, introdutor do método científico na investigação criminal, Sir Arthur C. Doyle (1.859-1.930), provocaram uma verdadeira “invasão organizada” ao se comunicarem em todos os quadrantes e subquadrantes da Terra, levando a qualquer homem a prova positivada da sua supervivência. 

          Numa das suas muitas palestras no Exterior, o Dr. Sérgio  Luís da Silva Lopes, psiquiatra gaúcho de Bagé, falava aos seus colegas do hospital psiquiatra em Berna, na Suíça, em 2.013, quando foi interpelado: “Não creio em nada do que o senhor está nos dizendo!”. Ao que o brasileiro ripostou: “E o senhor já leu as obras de Allan Kardec?”. Diante da resposta negativa, complementou: “O senhor é um ignorante – no sentido de ignorar – por estar negando o que desconhece! E isto não é uma atitude científica nem acadêmica!”. Resultou então o já sabido: a Doutrina Espírita não é uma ilusão religiosa por trazer em seu bojo a lógica da fé. Daquele diálogo internacional deduzimos: o humano somente crê no que quer crer, não nos fatos científicos! 

          Entretanto o mais surpreendente é sabermos ser o Espiritismo a única religião, ciência, e filosofia, mundialmente integradas, a nos demonstrar com evidências racionais, portanto experimentais, a sobrevivência da alma, mas, ao revés, em vez de ser recebida com agrado superior, ei-la sendo bombardeada de todos os lados por aqueles detratores. Afinal: queremos ou não nos saber sobreviventes aos crepúsculos dos corpos? 

          Lemos n’“O Evangelho Segundo o Espiritismo” (I, 8): “São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm que ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem que ser levantado; …”; e em Jo 14:15-25 temo-lo anunciando o “outro Consolador”. Contudo, quando nos chega tal certeza, ei-los dúbios, como se a verdade os conduzisse a tormentos. A atitude correta seria sair a campo, pesquisar o Espiritismo, e confirmá-lo ou negá-lo!

          Não à-toa Allan Kardec escreveu o opúsculo “O Que é o Espiritismo”, precavendo a Terceira Revelação desses furores surdos; e também não à-toa a “maior antena psíquica do mundo”, o médium Francisco Cândido Xavier (1.910-2.002), psicografou seu belo livro, transformado em  filme, “E a Vida Continua”

Mas e a vida, o que é mesmo a vida? Vamos, “diga lá, meu irmão”“É a batida de um coração ou é uma doce ilusão?”. A vida? Ora, a vida, que é contínua, acabou sendo cantada pelo nosso inspirado autor: “É bonita, é bonita, e é bonita!”“Viver!… E não ter a vergonha de ser feliz!… Cantar e cantar e cantar!…”.

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