COLISÃO GALÁCTICA

AGOSTO/2.014 – Joel Fernandes é médium e filósofo

     Em sua contínua busca pelo conhecimento astrofísico, em 15 de maio de 2.014 nos exibiu mais outra foto espacial publicada pela NASA, novamente obtida pelo já lendário telescópio espacial americano-europeu, o hubble, em sua órbita baixa de 600 Km, fora da atmosfera desde seu lançamento em 1.990. Mostrou-nos, naquela ocasião, algo impressionante: uma colisão galáctica!

     Ao bem da verdade a notícia não é nova para os estudiosos da Astrofísica – parte da Astronomia encarregada do estudo da natureza, formação, e evolução, dos astros e doutros corpos celestes –, porquanto tais colisões, de  tão inumeráveis, acabaram por se tornar comuns devido às suas constâncias. As nebulosas, ambas espiraladas e pertencentes à constelação “Canis Major”, apresentaram a NGC (Novo Catálogo Geral) 2207 como sendo a de maior massa em relação à IC (Índice do Catálogo) 2163. Ressalte-se que o processo de interação foi tão forte que forças intensas de maré produzidas pela primeira chegaram a modificar a forma da segunda, levando-a a produzir rastros de estrelas e gases espalhados por centenas de milhares de anos-luz na direção da borda direita da imagem. O resultado disso? O de sempre: a grande “engolirá” a pequena e a incorporará à sua estrutura.

     Galáxias grandes, tais como a nossa “Via Láctea”, colidem frequentemente com alguma outra galáxia do mesmo aglomerado das quais fazem parte, provocando uma fusão na qual se forma uma única galáxia elíptica. E por ser esse processo bastante lento – 1 bilhão de anos –, ele pressiona os cientistas às análises das regiões espectrais do ultravioleta, onde tais interações parecem estar ocorrendo, ou a estudá-lo por meio de simulações computacionais.

     Outra fantástica imagem foi obtida em 20 de janeiro de 1.996 e nos mostra novo processo de colisão ocorrendo entre as galáxias “Antennae”, formalmente conhecidas como NGC 4038 e NGC 4039, localizadas a 63 milhões de anos-luz de nós, na constelação “Corvus”, no hemisfério sul. Incrível e terrificante, não? Sim, pois, colidindo-se, então que segurança temos em nossa nave astronômica, a Terra?

     O fato, observado, pois se trata dum fato, remete-nos ao antiquíssimo problema concernente à Astronomia, à Filosofia, e principalmente à Teleologia, qual seja, ao destino final da Terra, pois, se colidem – cada galáxia contém, em média, 300 bilhões de sóis –, então o Universo, única obra de Deus, o Ser Perfeitíssimo, é imperfeita? Os astrofísicos afirmam em relação a isso: “a inserção duma galáxia noutra não ocasionará nenhuma colisão, apenas condensação gasosa e maior produção de estrelas”.

     Aliás, se o Universo fosse perfeito, isso implicaria imediatamente em ser fechado e, no limite, estático, ou pronto e acabado, não podendo crescer nem diminuir, pois existiria desde sempre e não se  modificaria; mas tal pensamento conduzir-nos-ia à entropia – medida termodinâmica que avalia a degradação, irreversível, da energia dum sistema; ou medida do grau de desorganização/desordem irreversível que pode levar um sistema à falência; ou parte dum sistema impedido de ser convertido em trabalho, como a energia térmica que não pode mais ser convertida nele – de que toda energia contida no interior do universo tenderia para zero, de tal modo que o universo congelar-se-ia. É possível isto? Absolutamente não “por ele ser aberto e estar em expansão constante”, segundo Edwin Hubble (1.889-1.953), porém seguidamente advertido da sua densidade média poder permanecer idêntica pelo surgimento de átomos de hidrogênio em seu interior, segundo a teoria de Goldi, Bondi, e Hoyle, que o “eternizaram”, digamos assim.

     Mas para quê tais colisões? E as vidas de seus habitantes? Ora, considerando todos os mundos como sendo habitados – “Há muitas casas na morada de meu Pai” (Jo 14:2) – então por que não aconteceriam colisões nele? Claro, o Universo não é eterno nem perfeito como Deus o é por haver sido criado, antes sendo imortal, logo, carreia consigo a imperfeição do movimento em sua eternal busca de repouso. E para quê tais colisões? Pelos mesmos motivos pelos quais existem os tsunamis, os terremotos, os vulcões ativos, etc.

     Segundo o Espiritismo o mundo espiritual, que é real e primeiro, sobrepõe-se ao material por ser a pátria do espírito, degredado momentaneamente na Terra onde abandona sua carcaça  usada e retorna para lá (perguntas 85, 86, e 738-a, d’“O Livro dos Espíritos”); além do mais “o espírito sopra onde quer” (Jo 3:8), evidência de que preexiste e sobre-existe a tudo. Não temamos, pois. 

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