Extraída da Internet – NOVEMBRO/2.014
Único profissional não europeu a participar do projeto da sonda Rosetta, desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ESA), o engenheiro brasileiro Lucas de Mendonça Fonseca, 30 anos, comemorou nesta quarta-feira o que foi, “para a comunidade científica, um dos maiores feitos dos últimos tempos”: o pouso bem-sucedido do módulo Philae na superfície do cometa Churyumov-Gerasimenko.
O fato histórico aconteceu às 14h02 de quarta-feira, dia 12 de novembro de 2014. Nos próximos dias, o módulo percorrerá a superfície do cometa para estudar sua composição. O objetivo é buscar respostas sobre a formação do sistema solar e, possivelmente, sobre a origem da vida na Terra.
“É muito gratificante, tive muita sorte de participar desse projeto”, disse Fonseca, que afirmou ter realizado um sonho antigo. “Eu tinha um sonho de infância de trabalhar com projetos espaciais”. Também pensava em ser astronauta? “Não, nunca passou pela minha cabeça ser astronauta.”
Fonseca, que é de Santos (SP), se formou em engenharia mecatrônica na Universidade de São Paulo (USP) e fez mestrado em engenharia espacial no Instituto Superior de Aeronáutica e Espaço (Isae), da França. Segundo ele, foi o fato de estar nesse instituto que abriu as portas para que fosse convidado a fazer sua dissertação na Agência Espacial Alemã, que é ligada à ESA e era justamente a responsável pelo módulo de pouso Philae. O tema da dissertação foi o módulo e, como gostaram do resultado, Fonseca foi integrado ao projeto.
Projeto começou a ser concebido em 1994 e a sonda Rosetta foi lançada em 2004
“Eu desenvolvia modelos matemáticos para tentar antecipar o pouso, ou seja, para tentar simular a situação real em que o pouso aconteceria. Tudo nesse projeto é inédito”, disse o engenheiro, que trabalhou na missão Rosetta de dezembro de 2009 a dezembro de 2012, quando deixou a cidade de Colônia, na Alemanha, e voltou para o Brasil.
O projeto começou a ser concebido em 1994 e a sonda Rosetta foi lançada em 2004. Foi apenas em 2014, no entanto, que a sonda chegou ao seu destino, o cometa. “O maior desafio, na minha opinião pessoal, era o pouso. Temos muito a comemorar. Para a comunidade científica é um dos maiores feitos dos últimos tempos. Havia uma expectativa baixa de que teríamos sucesso no pouso, mas tivemos êxito”, disse Fonseca.