CÉREBROS, PINEAIS, E ESPIRITISMO

SETEMBRO/2.014 – Joel Fernandes é médium e filósofo

O comumente denominado “cérebro” é, na verdade, o telencéfalo, ou apenas a porção maior e anterior do encéfalo, porquanto é este, propriamente dito, o ocupante volumétrico de nossa caixa craniana.

O encéfalo é extremamente complexo tanto nos grandes quanto nos seus pequenos elementos constitutivos, com alguns desempenhando atividades conhecidas, outros pouco conhecidas, e ainda outros totalmente desconhecidas.

Nosso corpo funciona como uma máquina integrada por 12 sistemas, ou aparelhos – há quem afirme 8 ou 10, as taxionomias variam – e, dentre esses, avulta um com a função de ser o maestro dos demais: o nervoso. É este que traduz-arquiteta-armazena-organiza os estímulos recebidos e as respostas transmitidas ao nosso corpo, mediante as glândulas internas e os músculos, por uma rede enorme e não menos complexa, composta pelos neurônios com seus axônios, dendritos, fendas sinápticas, etc., sendo totalmente posto em funcionamento excelente por intermédio duma base inata e até agora quase insuspeitada: a do eletromagnetismo humano. Sem este a vida corpórea inexistiria e, quando ocorrem más transmissões neurais eletromagnéticas, o desastre sempre nos surpreende! 

Quase no interior do centro encefálico, muitíssimo bem protegida, encontramos a epífise, ou glândula pineal – por sua forma de pinha –, excepcionalmente importante naquela arquitetônica de recepções dos estímulos – sensações –, transformações destes em percepções – entendimento –,  e emissões das respostas – mecanização. Seu tamanho? Pouco maior do que um grão de arroz!

Milenarmente discutida por pesquisadores, como os médicos Galeno (131-201) – cujas dissecações e teorias anatômicas e nervosas reinaram até meados do XVII – e o filósofo Descartes (1.496-1.650), estudos atuais sugerem que ela possa ter alguma função como magnetorreceptor nalguns animais, em especial nos pássaros migratórios, operando como bússola. Atualmente – porque como órgão calcificado foi considerado vestigial, ou sem função, até 1.958, quando Lerner e colegas da Universidade de Yale/USA descobriram altas concentrações de melatonina nela –, conhecemos sua relação com a luminosidade e a escuridão e parece não haver mais dúvidas dos seus papéis na regulação dos ritmos vitais circadianos reguladores do sono, do controle das atividades sexuais, e da reprodução, tornando-se o relógio biológico dos animais e dos humanos.

Descartes, em 1.641, considerou-a sede da alma racional, ou do saber, transformadora das informações recebidas em humores que passariam por tubos para influenciar as atividades corporais, e também afirmou que seria um órgão com funções transcendentes por unir substancialmente o corpo à alma e, mais recentemente, defensores modernos consideram-na uma antena viva por sua constituição de cristais mineralizados de apatita capazes de vibrarem conforme as ondas eletromagnéticas captadas pelo ser pensante – o espírito – e imediatamente transmitidas ao neocórtex cerebral, decodificador de tais informações, explicando assim os fenômenos normais e paranormais como clarividência, clariaudiência, telepatia, e mediunidade.

Em sua obra, estupenda, “Missionários da Luz” – um clássico da literatura espírita – o culto médico espiritual André Luiz, pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier, descreve-a como “glândula da vida espiritual e mental do homem, de elevada expressão em nosso corpo etéreo, presidindo os fenômenos nervosos da emotividade devido à sua ascendência sobre todo  sistema endócrino, desempenhando papel fundamental no campo sexual”

Na revista médica “Neuroendocrinology Letters”, em 2.013, compararam o conhecimento recente com os doze livros atribuídos ao espírito André Luiz e identificaram, 60 anos depois, diversas informações corretas, altamente diversas, sobre a fisiologia da glândula pineal; ressaltaram ainda a baixa escolaridade do médium e o seu não envolvimento no campo da saúde, todavia suas psicografias trouxeram “inusitadas” contribuições à ciência médica.

Em nosso país o neurocientista e psiquiatra brasileiro, Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, defende ser a pineal o órgão sensor-captador, por ondas eletromagnéticas, das informações, devido às propriedades dos cristais de apatita que convertem aquelas ondas em estímulos neuroquímicos, analogamente à antena do seu celular para sinais eletrônicos.

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