“EQM” – II

MAIO/2.014 – Joel Fernandes é médium e filósofo

     O tema “morte” prossegue sendo o grande desafio para todos por pelo menos dois motivos:

   1) De um lado os materialistas modernos ovacionam que a vida se extingue com a paralização das ondas cerebrais; e,

   2) De outro os espiritualistas das doutrinas religiosas tradicionais que, não obstante afirmam as existências e sobrevivências dos espíritos, colocam um grande vazio no momento da morte posto seus ensinos já haverem determinado “a priori”, e absolutamente, que “iremos ou para o Céu ou o Inferno de modo irremissível e por toda eternidade”.

     Sobre o erro da primeira proposição surgiu, neste ano de 2.014, a informação de que a paralisação das ondas cerebrais não é característica suficiente para se diagnosticar a morte; e sobre o erro da segunda citamos o fato de que Deus, ao nos criar, dotou-nos duma inteligência limitada que nada mais teria em que pensar uma vez chegados ao “Céu”, por este ser sublime-perfeito ou,  do mesmo modo, chegados ao “Inferno”, por este ser a prisão perpétua e, consequentemente, ser impossível sairmos de “lá” por ser a condenação sublime-perfeita! Mas hoje sabemos que ambos não passam, graças aos avanços notáveis nas áreas dos pensamentos filosófico e científico, senão de lendas, tais quais as mitológicas figuras alegóricas-fantasmagóricas que tanto atemorizaram as civilizações passadas. Enfim adianto logo: desconhecemos qual das opções – materialista ou espiritualista – é a pior em quantidade de malefícios mentais e religiosos, porquanto seus destinos infelizes são trágicos: prisões irremissíveis! Então sobre a morte apenas podemos afirmar que nos traz um grande vazio, seja pelo seu pavor ou seja pelas dores das perdas dos entes amados.

     A Doutrina dos Espíritos debruçou-se sobre esse tema, talvez o mais importante e empolgante dentre os assuntos humanos, e realizou a desmistificação das mortes celestial e infernal, reposicionando em seus lugares a vida contínua pela reencarnação – conceito diametralmente oposto ao de morte – que nos permite continuar vivendo sem sobressaltos, e ainda mais nos indicando que a morte não transforma ignorantes em sábios nem tampouco maus em bons. Isso significa que o homem no mundo espiritual não alterará sua personalidade posto seu mundo psíquico não se haver alterado.

     Essa é a realidade das Experiências de Quase Morte (“EQM”), constatadas cientificamente, porque experimentalmente, nas clínicas especializadas ao redor do mundo, porquanto assim como a Bíblia errou clamorosamente ao afirmar que a Terra era o centro do universo (Gn 1:1, combinado com Gn 14-17), todas as religiões continuam errando ao afirmar ser Deus temeroso e crudelíssimo, projetando assim todas as nossas almas, sem exceção, no Inferno, já que ninguém passou a vida sem sequer algum pensamento mau. Perguntamos: e quanto aos bebês falecidos tão logo nascidos? Esse e muitos mais outros são problemas incompatíveis com a infinita-perfeita justiça divina a qual, infelizmente, as igrejas da Tradição “varreram e ainda varrem para debaixo dos tapetes” por carências de informações na medida dos seus abandonos das pesquisas experimentais que poderiam lhes fornecer os suportes intelectuais e científicos das provas necessárias tão ansiosamente buscadas. Daí dizermos com a mente mais brilhante do século XX, Albert Einstein: “a ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega”; ou com a do não menos brilhante Louis Pasteur, do século XIX: “um pouco de ciência nos afasta de Deus; muito, aproxima-nos”.

     Sobre as EQM os livros transbordam, sucessivos, aos nossos e aos olhos das religiões desde séculos, como nos sonhos proféticos-premonitórios, contudo, modernamente, desde o lançamento da estupenda obra “Muitas Vidas, Muitos Mestres”, do psiquiatra Bryan Weiss, na década de 1.980, o interesse pela reencarnação pelas portas da EQM centuplicou.

     Hoje Weiss permanece atuante na vertente do reencarnacionismo, doutrina antiquíssima que teve  seu ápice a partir de 1.857, na França, com a publicação d’O Livro dos Espíritos” – tijolo fundamental do Espiritismo –, escrito por Allan Kardec; e em 2.013 o médico psiquiatra sulista Mauro Kwitko, dando sequência às suas descobertas, lançou o imperdível “Terapias de Regressão – Perguntas e Respostas”, o qual vale a pena ser lido. 

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